Quando
as palavras,
pontualmente,
engessaram-se nas linhas
você surgiu...
trazendo consigo as minhas reticências.
Onde limitei
você foi sem fim
e, mesmo eu calada,
você escutou meu grito.
E nada me disse...
Apenas ouviu...
Naquele momento
eu não sabia que sabia,
menos ainda
que, reticentemente,
eu aprendia.
Sim... eu aprendia...
Escutando
todo o silêncio
que era necessário
para não precisar mais dizer.
Enxergando
no olhar dos olhos,
que eu nunca vi,
tudo o que eu tinha de atingir.
Quando sua presença
me aprisionou
na distância presente...
Quando você
se tornou
meu primeiro pensamento...
Quando eu
não mais podia
desviar de si...
Eu existi mais um pouco
não resistindo...
nem me opondo...
mas, permitindo a pretensão de, na corrupção das coisas, permanecer.
Susana Martins
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